Jogo ao Berlinde com os Problemas

O equilíbrio é, por vezes, absolutamente necessário. O sentimento de dívida

ao ver tanta desumanização, tanta tristeza, tanta infelicidade é fruto de

valores educacionais de grande importância.

Todos os dias tenho necessidade de equilibrar a balança, a da vida

e, para isso, necessito de me descompensar pela estabilidade que tenho.

É frustrante lamentar-me de coisas tão insignificantes como os bens

materiais  e, ao mesmo tempo, quando olho para o meu lado vejo problemáticas

bem diferentes, vivências tenebrosas.

Poderão, eventualmente, ser os conflitos existenciais que me acompanham

desde que me lembro, que me levaram a ter esta noção elevada de justiça.

Os monólogos constantes que tenho impelem-me  a arranjar uma porta de saída

para estas situações, a palavra, a ajuda, o aconchego daqueles que me são

mais próximos, são, sem dúvida, armas fortíssimas para me conseguir

humanizar.

Quando o barco parte o leme e vai à deriva, o que devo fazer? “O meu maior

problema é a total ausência de problemas significativos”.

Numa sociedade apetrechada de problemas em que a engrenagem das rodas

dentadas da vida encrava a cada duas por três, todos nós temos obrigação de

fazer parte da solução.

Os Portugueses têm nos problemas os seus melhores amigos, é com os problemas

que o Português joga berlinde.

Como não posso renegar a minha identidade e como tenho, todos os dias, de

equilibrar a balança, fiz, dos problemas dos outros, os meus próprios. Todos

os dias, os vivo intensamente e são eles que me ajudam a equilibrar a balança

da vida.

Gostaria de me humanizar mais um pouco mas a sociedade, por vezes, não nos dá

as ferramentas para o fazer. Temos de ser nós, tal como o ferreiro, A criar

martelos e dos problemas da vida fazer soluções.

~ por Nuno em Junho 4, 2010.

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